Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


14.9.07

Porque Hoje...

... É sexta-feira!
Ando a dar em doido com o trabalho e estou farto de dizer asneiras hoje. 'Daquelas' que nos saem da boca sem querer. E também por querer, confesso... Até apetece e sabe bem.
Porque hoje começa um fim de semana de três dias e três noites, pois é feriado segunda-feira.
Porque hoje termina uma semana com poucas horas de sono mal aproveitadas.
Porque hoje acabei por ver uma ratazana no primeiro andar da empresa, praí com uns dois metros... Hum... 1 metro... Ok, era pequenina. Mas assustei-me e disse mais uma asneira.
Porque hoje tinha tudo preparado para ir até Benguela e já não vou porque toda a gente se lembrou do mesmo e já não há hotéis vagos.
Enfim... porque hoje aqui é tudo, vou só ali beber uns gin tónicos para parar de dizer asneiras.
Volto cedo, com o ar da manhã.

12.9.07

Os Petiscos

Às vinte horas ligo para marcar mesa.
- Alô Bruno! (reparem que já digo "alô"...) Que há de petiscos hoje?
- Tem picapau, chouriço assado, morçela, salsicha, picanha, moelas...
A lista não acabava. Mas acabei eu, estranhando... - Moelas?
- Iá, moelas.
Não queria acreditar - Moelas? Como moelas?
- Estufadas.
- ... Hum... E queijo? Há queijo?
- Tem sim, Castelões.
- Bruno, mesa para seis ás nove. Prepara aí as moelas, o picapau, as moelas, o chouriço, as moelas, o queijo, o ...
- Tá bom, deixa comigo.
- Ah! E vinho! Põe vinho no ...
- Deixa comigo, iá.
E assim foi. Às nove da noite lá estávamos na esplanada da Tendinha, nos petiscos lusos. E no vinho. Tudo maravilhoso, como quase sempre. E eu que nem sabia que se encontrariam moelas por cá! E estavam divinais, a sério.
E tem sido assim, pelo menos, uma vez por semana.
Bem, mas isso foi ontem... Hoje foi diferente. Como verdade ou consequência, hoje passei o dia 'na casinha'.

10.9.07

O Casamento

Só hoje ganhei a coragem de escrever sobre este dia. A verdade é que no passado domingo não estive por cá. Ausentei-me. Deixei tudo e fui para onde não fui. Estive sempre presente onde não estive, onde não pude estar. Mas consegui e fiz que estive, com alma e coração. O meu corpo não. Mas foi como se estivesse também, olhando através de um enorme vidro, inquebrável pela imaginação.

Hoje vi as fotos e imaginei-me lá. Não me contive. Encontrei nelas um espaço quase visível entre os meus amigos, um espaço que eles mesmo guardaram para mim, para eu poder sentir-me lá. Com eles. Imaginei os risos e sorrisos, os abraços sentidos, a felicidade incontida vivida nesse dia que, como muitos outros dias convosco, não tem dia igual.

E são estes os dias mais importantes de uma vida inteira. São estes os dias recordados para sempre e que à distância se dá um valor ainda mais incalculável. Mesmo. Aqui vejo e percebo que são esses os momentos que mais sentido dão a toda a nossa existência. São os amigos e os momentos com eles vividos. É o partilhar com eles a alegria de um dia que é para um, e para todos, como família, um passo de um rumo para uma vida inteira de felicidade. E será, tenho a certeza. Irei recordar este dia para sempre pela tristeza de não ver a vossa alegria, e como um dia da minha vida que não estive presente. Um dia mais que não vivi, infelizmente.
Faço minhas as minhas palavras, únicas coisas minhas escritas e entregues nesse dia e nesse momento, para o meu melhor amigo. E para todos vocês:

'Incrivelmente longe é a distância que hoje me separa de vós. Penso e sorrio ao ver que os anos passam e nada muda. A amizade é tão grande e antiga que já se tornou rocha, e cada vez mais rocha, e indestrutível mesmo com esta nossa distância e com o passar do tempo.'

A falta que me fazem é bem maior que o tempo que resta para vos ver de novo. Aguardo ansioso.

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