Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


18.2.08

O Super


Sexta-feira é sempre o melhor dia para cometer loucuras, sobretudo depois de uma semana de doidos. Autêntica. Por isso achei por bem ser doido e ir até ao festival Super Bock Super Rock aqui em Luanda. No Estádio da Cidadela. E porque não? E eu que até nem bebo álcool...

Bem, mas umas horas antes até almocei com o João Cabeleira, dos Xutos e Pontapés. Apareceu meio cambaleando e desorientado na Tendinha e acabei por pagar-lhe o almoço e dar-lhe também um autógrafo. Merecido. Pois é, os Xutos também vieram. Mas esses sim são malucos mesmo... em grande.

Ok pronto... a parte do autógrafo é mentira: não tinha caneta comigo.

E assim fui ao início da noite para o fim do mundo. A princípio a medo, por entre os milhares de pessoas que se aglomeravam à entrada do estádio... E Medo porque realmente éramos os únicos algo "diferentes" por entre esses milhares de pessoas, e entre o dobro dos olhos desses milhares de pessoas olhando para nós. Vigiando-nos. Depois sentimo-nos mais confiantes, seguindo as filas indianas que curiosamente as pessoas respeitavam sem qualquer hesitação até à porta de acesso ao estádio. Ok... talvez os polícias com cães de guarda e bastões ameaçando agredir as pessoas para que elas se mantivessem em fila única tivesse ajudado um pouco para isso... Hum... Pois, era isso. Mas lá entrámos cercados, cerca de uma hora depois.

Já dentro do estádio... senti um arrepio. Mais milhares de pessoas enchiam o reduto no relvado (?) e nas bancadas, dando ainda mais calor à noite quente. Resmas de gente, num ambiente colorido e surpreendente. No palco, o grupo angolano Impactus 4 dava o ritmo e o ambiente q.b. para animar a festa. Muito bom!

Conseguimos lugar na bancada, num lugar tranquilo (dentro do possível...) mas longe do palco. Animado. Com o Dj Malvado (um Dj, como é normal num festival de ROCK...) no intervalo, vieram depois os Xutos e Pontapés. E pontapés só no palco mesmo. À nossa volta toda a gente dançou, pulou e cantou todos os êxitos com que eles nos brindaram. E nós brindámos a eles. Epá, é mesmo impressionante como os nossos dinossauros são conhecidos em todo o lado, até mesmo em Angola! Regressei por momentos a Portugal. "À minha casinha". Senti-me lá mesmo. Recuei nostálgico no espaço e no tempo, aos meus tempos de adolescente. Fiquei quase sem voz. Lembro-me que o primeiro concerto que fui na vida foi mesmo de Xutos e Pontapés, há já (...) bem, há bué anos. E desta vez foi como se tudo se repetisse, como uma segunda primeira vez... Entretanto cheguei à conclusão de que sei ainda de cor as letras! "À minha maneira" e "Não sou o único" foram puros exemplos disso. E não era mesmo o único a olhar o céu daquela noite. Foi mesmo um festival com sabor autêntico.

NDR - A parte do "não bebo álcool" é mesmo verdade... E já lá vão 15 dias, um autêntico record pessoal. Senhores artistas, abram os olhos! Para quando o festival Super Sumo Super Rock? Pode ser???

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