Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


5.9.07

A Chuva

Sete da madrugada.
Acordei do sono com a chuva a bater levemente na janela do meu quarto. Num instante sem despertar mantive os olhos bem fechados e apenas imaginei. Olhos bem fechados. Prolonguei em mim por momentos a reconfortante sensação de estar no conforto do meu quarto da minha própria casa numa manhã de um saudoso domingo de chuva. Olhos bem fechados. Imaginei que não existe pressa para levantar e senti que me poderia deixar assim ficar e ir ficando neste calmo e lento despertar dos sentidos. Olhos bem fechados. Adormeci de novo, embalado por este sabor a casa que é desejo repetido destes sonhos quase despertos no meu acordar de todos os dias.
Ah... Como é bom estar em casa!
Abre-se a porta.
- Bom dia, sim? Desculpe, sim?
Fecha-se a porta.
Confuso e desperto olho para o relógio e cedo volto à realidade. Estou em Luanda. No hotel. Olhos bem abertos. Levanto-me com uma pressa inadiável em acordar para outro dia. Olhos bem abertos. Estou atrasado!
Paro então de imaginar e também lá fora a chuva parou. Aproximo-me da embaciada janela e observo as últimas gotas que caem do céu. Choveu mesmo, mas tudo o resto foi um sonho apenas.
Ah... Bendita chuva, que hoje me levaste a casa e te demoraste a trazer de volta a Luanda. Acorda-me sempre assim! Mas olha... Se quiseres, não me tragas de volta.

6 comentários:

Anónimo disse...

Olá amigo, só agora ganhei a coragem para procurar o enderço do blog que entretanto perdi.
Realmente a chuva ajuda tantas vezes a lembrar outras paragens, outros sabores. Pelo menos por aqui vamos sabendo se estás bem e sempre se matam umas saudades.
Abraço!

30/87

Anónimo disse...

Por Lisboa o tempo está quente e nublado.

Não há regresso sem saudade!
Pelo texto ainda bem que restam os sonhos para te colocarem mais perto de casa! :)

Baci

Peter disse...

Olá meu amigo!
Obrigado pela visita. Queria sentir saudades só mesmo quando chove... Mas nem o sol mata a saudade. Um abraço!

Peter disse...

Obrigado Sophia! Hoje também o sol brilha aqui, e sinto-me um pouco mais desperto e feliz.

Nem há sonho sem realidade...
Beijos!

Anónimo disse...

olá rapaz,

é bom saber que estás bem. Se não podes estar presente junto dos teus ao menos vingaste com os sonhos.
uma abraço
21MFELIX

Anónimo disse...

Nepo:

Neste momento, o céu chora timidamente sobre a cidade de Lisboa.
Confesso que imaginei e revi-me na tua história há uns tempos atrás quando andava 'naquela' casa tão ridente, que fechando os olhos, imaginava-me em casa.
Anos mais tarde sucedia o contrário: imaginava-me num daqueles quartos a cheirar a graxa,a bafio e a tacos de madeira.

Um grande abraço

António

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