Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


8.9.07

Bom Dia Camaradas

“Às vezes numa pequena coisa pode-se encontrar todas as coisas grandes da vida. Não é preciso explicar muito, basta olhar...”

Esta é uma pequena frase num pequeno livro que escolhi ler. ‘Bom dia Camaradas’, de Ondjaki, é todo ele saudade de outros tempos desta Luanda. Tempos outros em que a guerra consumia a esperança do povo e a felicidade se encontrava nas pequenas coisas da vida. Memórias de escola e de rua de uma criança de sorte. Recordações do povo cubano que ainda vive por cá, presente na lembrança. Riqueza das coisas pobres.
Ao ler este livro, tenho já a sensação de o conseguir entender. Conheço quase o passado. E conheço-o observando a cidade de hoje, as ruas de hoje, as pessoas de hoje, o povo de sempre. Observo todos os dias o presente e entendo assim o passado, quase presente. Basta olhar.
E ao ler este livro, quase que se sente. Luanda.

7 comentários:

Anónimo disse...

No outro dia estava a dar no canal 1, acho, uma reportagem que era sobre Luanda, se não estou em erro. Muito focado para o Hotel que agora é residência de 1000 pessoas. Realmente pelo presente imagina-se o passado e o que teria sido esta cidade se não fosse a guerra.
Aqui para Lisboa troveja! Não deve ser como a chuva dai, essa deve ser bem mais quente.
Fica bem Nepo.

30/87

Anónimo disse...

Ou era em Lourenço Marques?
Toma para não te armares em esperto!

30/87

Anónimo disse...

olá bom dia Pedro,

sugiro-te a ler "As fronteiras da Cobiça" para compreender também a exploração da Africa Portuguesa por Serpa Pinto.

um abraço
21mfelix

Peter disse...

Olá 30!
Foi em Lourenço Marques sim, mas é tudo igual...

E olá Mário,

Sabem, sinto que percebo perfeitamente qual a razão porque se ama África e se odeia África. Mesmo no meio deste entulho que é hoje o passado que o tempo transformou, mantém-se vivo em todas as coisas o doce sabor da nostalgia dos tempos idos. E todo o passado está presente, para que todos vejam, como castigo, o que fizeram de mal.
Ah... Quem me dera poder recuar no tempo...
Abraço!

Peter disse...

Ah... e obrigado pela sugestão, Mário. Vou procurar!

Orlando Gonçalves disse...

Oi Pedro,
Ainda não tinha vindo cá ao teu blog depois do teu regresso. Está diferente, e tu também, eu acho. Quanto á leitura foi boa a escolha. Deve-se lêr de tudo e procurar saber os dois lados da barricada. Para tudo existe uma explicação. E se hoje em dia quase todos os povos em África são como são, a alguêm o devem e eu sei de quem foi a culpa. O mundo de facto é dos espertos e em terra de espertos quem têm olho é Rei. Foi essa a cultura que todos, mas todos os colonizadores deram a esses povos. Não só os Portugueses mas todos os outros e foram muitos que por lá passaram. É bom que se veja os dois lados da moeda. Para tudo existe uma explicação.
Boas Leituras. Um forte e grande abraço.

Peter disse...

Meu querido Orlando!
Espero que tenhas gostado da mudança do blog... E espero que não sintas que mudei, ao menos para pior... Sinto-me igual, com alturas boas e outras menos boas... Mas bem.
Aliás, é um pouco como o passado.. pode-se olhar com bons e com maus olhos... É mesmo indiferente atribuir razões, pois nunca se sabe ao certo como Angola seria hoje se tudo tivesse tomado um rumo diferente (ou não tivesse tomado qualquer rumo). Talvez a pobreza não fosse tanta como a que hoje se vê nas ruas... Talvez as pessoas também não fossem tão felizes como hoje se sente... Talvez. Mas a "nossa" história seria sempre diferente.
Grande grande abraço, camarada! :)

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