Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


15.7.07

Dia 35 - O Caribe

O sol convidava bem alto e eu não tive coragem para recusar. Convinha-me também sair um pouco desta incómoda prisão e respirar bem fundo todo o ar e o mar que pudesse. Por isso aceitei o seu convite e peguei na toalha. Até ao Caribe.
O Caribe é a praia. É bar, restaurante e praia na ilha. É um bocadinho de praia com cadeiras de praia e chapéus de sol. Uma pequena praia, mas em grande estilo. Claro que estava cheio. Mas lá consegui com surpreendente facilidade (e 600 Kz) uma cadeira e o meu lugar ao sol.
Pego no meu livro de praia (porque tem sido só na praia que o vou lendo aos poucos) e descanso em paz depois de um refrescante e corajoso mergulho. Enganaram-me. A água afinal não é assim tão quente como disseram. Pff... é quase tão fria como no Algarve. Não há condições.
Cedo adormeço. Confesso que até estou a gostar muito do livro, mas acabo sempre por adormecer na praia. Acho que é pela paz que se sente, o sossego e a segurança que não sinto no centro da cidade e que aqui na praia me acalma e relaxa ao ponto de adormecer com relativa facilidade.
Acordo depois pela fome e sem me levantar peço o meu pack 'cuca e sandes' e leio mais um pouco. Vou já quase no fim do livro! E teria terminado se o empregado tivesse demorado um pouco mais que aquela mísera hora bem contada para me trazer o que pedi. Aqui tudo tem o seu tempo, em todo o lado. Tudo demora.
E a praia não foge a isso e também tem o seu tempo. Às quatro da tarde começa já o sol a querer fugir para outras paragens e chega o frio. Um pouco só, mas chega. Chega também a hora de voltar ao hotel e de começar a pensar no dia que chega depois a passos bem largos.
Fico no hotel o resto do dia e da noite. O domingo sempre foi para mim um dia estranho. Desde miudo. É curioso que mesmo aqui este dia é sempre um dia de início e de fim. Faço o balanço dos dias e dos sentidos que passam e do fim de semana e da semana que se aproxima, num misto de estranhas sensações que nem sei se boas se más. Nem sei se quero que chegue rápido um novo dia ou se me quero demorar nesta espera.
No pensamento o cronómetro volta ao zero, confiante. Faltam apenas 20 dias e algumas horas.

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