Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


4.7.07

Dia 24 - A Gasolina

Aqui o litro é a 40 Kz. Quarenta cêntimos. Dava um jeitão se pudesse levar uns garrafões comigo para Lisboa. Hum... mas não deve dar.
Abastecer o carro aqui é uma aventura sem igual. Desesperante. Filas de horas com filas de vendedores (como em todo o lado) que nos tentam vender de tudo. E enquanto estamos na fila para abastecer podemos abastecer também a nossa casa. Mas chateia. Muito.
Embora os postos de abastecimento tenham serviço de cada um dos lados das bombas de combustível, aqui o curioso é que os senhores que nos abastecem o carro (sim, o self service ainda é um mito aqui...) só o fazem se o depósito estiver do lado certo. Muito bem. Então como a maioria dos carros têm depósito do lado esquerdo, vêm-se filas de carros até á estrada e pela estrada fora para abastecer num único lado, o direito. E o outro lado sem ninguém! Não me lixem. Não há direito. E de vez em muito lá vem um sortudo sorridente com um carro das arábias com depósito dextro e ri-se pra nós enquanto passa e abastece. Chamo-lhe nomes, entre os dentes.
Aqui a Sonangol rules. A maior parte dos postos de combustível são deles. Mas são sempre poucos, e num país com tanto petróleo as coisas deviam ser bem diferentes. Os miúdos e graúdos fazem negócio, claro. Aqui tudo é negócio. Vão comprar gasolina, com os seus garrafões e tentam vender depois a quem passa e pára. Ou a quem perde a paciência nas filas para abastecer e não se importa de pagar um pouco mais. Uma margem para o vendedor inteligente. O pior de tudo é que, por esta causa ou não, muitas vezes as estações de serviço estão fechadas por não terem combustível (?). Pois... anda à venda nas ruas.
Abastecer é mais uma pequena aventura nesta grande aventura que estou a viver em Luanda, onde infelizmente não há transportes públicos (quer dizer, até há...) e o carro é a única forma de nos deslocarmos de um lado para outro. E temos mesmo de o fazer, senão damos em loucos. Ainda mais.

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