Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


29.7.07

Dia 49 - Um Resumo

Acordo indisposto para mais um domingo e penso feliz que este domingo será o último dos primeiros domingos.
Recordo-me ainda da noite anterior. Do jantar magnífico naquele lugar junto à Fortaleza. Recordo a última e agitada noite do Chill Out, que foi também a sua última noite antes das férias. E recordo-me que, de tudo o resto, mais nada me consigo recordar. Mas fica a vincada lembrança de que este último sábado foi mesmo um grande dia. E uma grande noite.
E neste domingo vou até à ilha do Mussulo. Tinha de lá ir. E ao chegar ao embarcadouro dezenas de miúdos correm e se atropelam atrás do carro e disputam entre si para ver quem fica a guardar o nosso carro e quem e em qual barco é que nos leva até a ilha. Lá fomos com o Zézito, até ao sítio na ilha que ele próprio e bem nos recomendou. A Roça das Mangueiras. Recomendo eu também uma visita. É um fascínio.
Neste domingo faço também eu um balanço destes 49 dias e 48 noites. Um resumo do mesmo. Luanda tem o bom e o mau, como em qualquer outra parte do mundo, mas ambos elevados a um extremo tendencial. Caminham até um extremo oposto, andando no entanto lado a lado. E isto porque não há bom sem haver mau, como não existe o bem se não existir o mal. E estas duas realidades encontram-se facilmente nestas ruas... Em todos os recantos destas ruas a pobreza e a riqueza andam de mãos dadas, precisando uma da outra. Ajudam-se a crescer mutuamente e a afastar-se ainda mais na distância e num contraste mais que imperfeito, mas que parece resultar em perfeição aos olhos do povo... que não vê.
Compreendo agora que tenho vivido o bom e evitado o mau. Passa-me ao lado. Em quase dois meses de vivência em Luanda assim declaro a minha ignorância sobre como se vive em Luanda. Não posso sabê-lo. Talvez saiba apenas como se vive bem em Luanda, e aí faço de mim um exemplo de conhecimento. Mas tudo o resto que é quase tudo nada sei ainda. Só sei o pouco que vejo e penso que embora queira saber mais temo, pois para o saber teria que vivê-lo, e eu prefiro vê-lo. Apenas vê-lo na distância.
Mas agora não... depois. Agora quero mesmo é ir para casa e conto já as horas dos poucos dias que faltam. Está quase.

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