Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


1.9.07

Ânimo

Acordar pela manhã com o cheiro da terra molhada e da maré baixa na baía.
Almoçar no Bordão e junto à praia um óptimo choco fresco grelhado.
Ir ao supermercado só pela cusquice de saber como é.
Dormir o resto da tarde.
Um dia em cheio até ser noite.
Jantar no Tamariz com um bom vinho a acompanhar.
Matar saudades do Chill Out. Gin tónico. Vários.
Éden. Ver o dia nascer.
Uma noite em cheio até ser dia.
Já estava a precisar.

29.8.07

O Aniversário

Hoje fiz anos. Foi um dia normal, como os outros... Normal. Em jeito de graça sem graça posso contudo dizer que almocei e jantei fora, mas isso faço-o todos os dias. Normal. Mas a verdade é que penso hoje que nunca pensei há uns meses atrás que iria passar o dia dos meus anos, por muito que eu não ligue a esta data (e não ligo), tão longe de casa e dos amigos. Mas custou-me, mais que os outros dias de outros anos.
O telemóvel toca todo o dia trazendo a lembrança da enorme distância e semeando em mim as saudades. É bom ouvir a família e os amigos que nos ligam. É óptimo! Mas ao mesmo tempo aperta-me o coração em cada desligar, como se a tecla vermelha no telemóvel fosse mesmo a tecla de On-Off que nos liga ao nosso querido mundo. On e Off. Presente e Distante.
Foi no final do jantar no Embaixador que a luz se apagou em todo o restaurante e, antes ainda de eu começar a praguejar por mais uma quebra de energia em Luanda, eis que surge o brilho ténue de duas velas ao fundo, que se aproximam deslumbrantes do brilho dos meus olhos e sobre um enorme bolo de aniversário. Surpresa! E de chocolate.
Adorei, meus amigos. Deu para entender que, apesar da tristeza de estar tão longe neste dia, temos sempre a amizade e a felicidade que se cria aqui, bem perto de nós e do nosso coração.
Parabéns a você. A mim.

27.8.07

De Novo

Preparei novamente a partida e esqueci-me de novo de coisas que nem sei ainda.
Realmente acho que nunca vou fazer uma viagem sem deixar algo para trás.
Mas estou de regresso, e sento-me agora resignado e pensativo no meu quarto do Hotel Trópico.
Penso que desta vez custou-me mais ainda a despedida. Foi bem mais difícil voltar… Não só pelo que deixo que me custa, mas também pelo que me espera aqui que nada tem de novo. E o tempo aí passou tão injustamente depressa!

Luanda está igual. Nada mudou. Apenas se sente ainda no hotel e nas ruas o ar de ressaca das comemorações de sábado passado: Angola sagrou-se campeã africana de Basquetebol. E pela nona vez. Até podia ser campeã de um campeonato regional de xadrez… O que é bem certo é que aqui se festeja por tudo e por nada. E para o povo angolano ganhar o Afrobasket foi tudo. E uma grande bebedeira em massa.
O tempo por aqui recebeu-me tal como eu me sinto: meio estranho. Um dia que nem chega a ser dia pois o sol não se digna a aparecer nesta cidade. Um dia quase noite todo o dia. E dizem-me que já choveu… Ora pois, está bem na altura! E o calor e humidade chega também aos poucos, para ficar. Chego ao aeroporto 4 de Fevereiro ás seis da manhã e estão já mais de 20º cá fora. E mosquitos. Que óptima recepção!
Se tinha saudades? Hum... - Não. Mas esta simpatia madrugadora das pessoas põe-me logo bem disposto pela manhã. Também isso não muda e felizmente sinto que só melhora com o tempo.

Vou sim é mudar um pouco este meu diário. Mudei agora as cores escuras para outras mais alegres - Ok, não mudou muito, pois não? - E chego à já esperada conclusão de que não consigo retomar o ritmo de posts diários, pois nem o pouco tempo nem a pouca internet me deixam. Mas prometo dar notícias sempre que possa ou que tenha algo de novo para contar, para que também eu possa contar e riscar assim os dias que passam. Lentamente.
Já risquei o dia 1.

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