Difícil não é sentir a falta de quem nos faz falta.
É pensar no tempo que falta, no tempo que não volta e sufoca, e nas voltas da vida que o tempo nos dá. Fica a esperança de que o tempo aqui me sorria e me traga a vida de volta.
E tem sorrido...


21.12.07

O fim e o princípio


É mais um fim. Parece mentira mas é verdade...

Mas é pura realidade. Hoje voo para Lisboa, em mais um final esperado com regresso prometido. É por isso um inevitável dia de vivas recordações em pensamento. E lembro-me tão bem de tudo...

Recordo a lua e as estrelas no Lubango. A imensidão do deserto, a estrada, as rochas, as flores e a restante beleza infinda do contraste das paisagens. O começo de tudo.
Recordo o dia de sol em Sangano na adiada viagem ao Sumbe. A areia branca no Mussulo e o seu mar transparente e infinito. Paraíso. Recordo ainda as belas tardes de praia na ilha e o pôr-do-sol de todos esses dias... esse mesmo sol que encontrei na Barra do Dande, onde há dias fui dizer até breve. Deslumbramento.
Recordo as várias noites de cinema autêntico (ou nem por isso) e o magnífico e impensável concerto de Mário Laginha no Belas Shopping. Viajar longe, para longe.
Não esqueço o meu Chill-Out, onde passei num dia uma noite até ser dia, nem o Miami numa noite após tempestade e gin tónico. Noites em branco.
Recordo agora a chuva intensa, em imensa contradição para os meus sentidos e que molhou alguns planos de final de semana, mas que proporcionou outros bem diferentes e inovadores. Trabalhar.
Ficam presentes em mim os jantares como o de ontem 'Naquele Lugar' e em mais outros lugares, entre os quais me lembro que experimentei um restaurante Chinês e um Indiano... e que no dia seguinte estava bem. Sorte. Os jantares de despedida de quem já foi e não vai voltar, e de outros que foram tristes e voltarão felizes. Bem... agora vejo que sou dos últimos a partir...
Recordo ainda os jantares comigo no meu quarto e os outros mais românticos no bar do hotel, em finais de dias que não foram além da rotina. Magnífica vista sobre a baía.
E recordo as pessoas. As que conheci com prazer, as que ajudei de alguma maneira e as outras que me deram apoio e que me fizeram sentir melhor.
Recordo muito e já com saudade aquelas que conheci ainda mais e que com elas criei amizades fortalecidas. Nostalgia que sinto já.
Lembro-me de tudo isto, como se tudo isto tivesse sido vivido apenas num dia só. Ontem. E como o tempo passou tão veloz! Foi ontem sim, e hoje recordo tudo como se tudo fizesse ainda parte de mim, da minha vivência, do meu hoje.
É Natal. Por isso hoje embarco feliz até Lisboa e levo estas inteiras lembranças comigo. Em Luanda deixo apenas metade de mim.
Um Feliz Natal a todos! Até breve...

19.12.07

Porque aqui tudo acontece

Sim, aqui acontece de tudo um pouco.
Esta notícia diz tudo. Irreal.
Estamos em Luanda.
Qualquer semelhança com a ficção é pura realidade.

17.12.07

E Voei...

Como prometi a mim mesmo. Voei baixinho e feliz no sábado, revisitando a belíssima Barra do Dande, uma praia a norte de Luanda, um paraíso descoberto há uns tempos atrás e do qual já tinha muitas muitas saudades. Ou teria ele saudades minhas? Senti isso... Aliás, nem sei sequer se fui eu que o encontrei ou se foi ele que me descobriu nessa altura. E desta vez também... Enfim, foi uma mútua redescoberta num magnífico dia de sol. E de lua também.
Com a mesma lua cheguei no final do dia ao hotel, e nesse final de dia continuei voando, passando pela turbulência da noite em sono profundo. Completo.


Manhã de domingo. Despertei minh'alma na ilha do Mussulo, nas merecidas calmas e transparentes águas da contra-costa, após uma caminhada de duas horas pela areia quente da praia, quase tão ardente como o sol. Nela me deitei depois e adormeci de novo, com o murmúrio das ondas a embalar meu voo. Quase música.
Atravessámos a ilha de novo de volta à costa, e bebemos à chegada da invulgar simpatia de estranhos, que nos receberam para tomar um copo e matar a sede. Gin tónico, claro. Seguiu-se um almoço tardio ainda na ilha e um profundo corte no pé nas águas tranquilas. Nada mau, como preço a pagar. Nada mau...
Mas o magnífico pôr-do-sol cedo nos anunciou a despedida e assim me fiz à pista, meio contrariado. Mas aterrei feliz deste voo. O último deste ano.
Entretanto faltam cinco dias para voar de novo, e será dessa vez bem além do sonho.
Será voar para a minha ansiosa realidade.

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